Brasil
Câmara inicia debate sobre desestruturação do Estado brasileiro
Está marcada para esta segunda-feira (22) a primeira reunião da Comissão Especial que avalia à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241. A PEC propõe congelar por 20 anos todos os gastos do governo, que, na prática, significa investimento zero para saúde, educação e segurança – entre outros setores – por duas décadas.
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A professora Ursula Dias Peres, em artigo intitulado "PEC 241: um teto para a despesa, sem limites para a desigualdade", avalia que "caso venha a ser aprovada, a implementação da proposta vai reduzir as ações estatais de redistribuição de renda, comprometer a oferta de serviços públicos universais como saúde e educação e deteriorar investimentos públicos em infraestrutura por mais de duas décadas. As parcelas mais pobres da população vão pagar a conta do “ajuste”, ao mesmo tempo em que os ganhos de renda do capital serão preservados."A oposição ao governo ilegítimo de Michel Temer na Câmara pretende barrar esse retrocesso por meio de emendas ao texto original da PEC e debater exaustivamente o tema com a sociedade por meio de audiências públicas, alertando sobre os riscos de tal medida avançar dentro do Congresso Nacional.
Para o deputado Patrus Ananias (PT-MG), a proposta é um atentado à soberania nacional. “A soberania de um país está fundada no desenvolvimento, no sentido mais amplo da palavra: desenvolvimento político, econômico, social, cultural, ambiental. A proposta de emenda à Constituição que o governo ilegítimo e golpista encaminhou ao Congresso Nacional impede por 20 anos o crescimento do Brasil, porque impede investimentos efetivos nas políticas sociais, como educação e toda a seguridade social, onde temos saúde, previdência e assistência social”, afirmou Patrus.
Na forma e no conteúdo
Os deputados oposicionistas pretendem não apenas questionar o conteúdo da PEC 241, mas a forma como sua tramitação está ocorrendo no Parlamento. A Comissão Especial que analisa a proposta foi instalada na noite da quinta-feira (11), com a Câmara dos Deputados já esvaziada e sem a possibilidade da contestação popular.
Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), a maneira como a comissão foi instalada é apenas mais um indício do que a base deste governo ilegítimo quer: “acabar com os direitos do povo, atacando as políticas públicas e a democracia, conquistadas a duras penas”.
Na reunião desta segunda-feira, o relator Darcísio Perondi (PMDB-RS) – escolhido pelo presidente eleito pelo golpistas, deputado Daniel Forte (PSB-CE) - apresentará proposta de roteiro de trabalhos. Também devem ser eleitos os vice-presidentes do colegiado. A comissão deverá votar ainda os requerimentos já apresentados, a maioria deles para a realização de audiências públicas.
De Brasília, com agências
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