domingo, 31 de julho de 2016

Linguagem simples é regra em campanha.

JOÃO GUILHERME D"ARCADIA E MATHEUS ORLANDO 31/07/2016

Linguagem simples é regra em campanha

Clareza nas propostas aumenta identificação; marqueteiros falam sobre a importância de se conhecer o perfil do eleitorado
Dado mais marcante das estatísticas eleitorais divulgadas durante a semana, o grau de escolaridade dos cidadãos que votam não deve ser considerado fator decisivo na elaboração das campanhas políticas deste ano. A avaliação é de marqueteiros e profissionais da publicidade eleitoral ouvidos pelo Comércio. No entanto, todos consideram que conhecer o perfil dos votantes é essencial no balizamento de estratégias de comunicação.
Conforme noticiado na última terça-feira, apenas 6% dos eleitores de Jaú têm curso superior. Na ponta oposta, 40% declararam não ter concluído o ensino fundamental.
O produtor audiovisual Roberto Pallu, que atuou no pleito de Jaú quatro anos atrás, acredita que a relação entre o grau de instrução e a decisão do eleitorado não é obrigatória. “Hoje a informação acaba chegando a todas as faixas de escolaridade, das mais baixas à superior”, diz. Em função do maior acesso aos acontecimentos, a população estaria mais atenta com relação à postura dos políticos.
Pallu considera ainda que as pessoas sem instrução completa anseiam que os filhos concluam o ensino superior. Por causa disso, projetam essa expectativa na definição de uma vida melhor. Para o marqueteiro, independentemente da formação do público-alvo, a simplicidade deve ser a tônica. “Hoje há um consenso de que menos é mais.”
Escândalos
Na opinião do jornalista Mário Schwarz, 64 anos, que trabalha com marketing político desde a década de 1990, as informações sobre o perfil do eleitorado são bastante importantes para elaborar um bom planejamento de campanha.
O material serve de base para a construção do programa de governo do candidato. “Se uma cidade tem 25% de eleitores com 50 anos ou mais, o candidato precisa se preocupar em apresentar projetos que contemplem a terceira idade”, exemplifica.
A mesma premissa vale para qualquer público. Se o município tem parte significativa de eleitores que moram na zona rural, é necessário propor medidas que facilitem e melhorem a vida dessas pessoas.
Contudo, toda campanha tem o objetivo primordial de atingir o maior número possível de eleitores – e as características dos cidadãos costumam ser heterogêneas. Por isso, é fundamental que a linguagem adotada ao longo da corrida eleitoral seja a mais clara e objetiva possível.
“Ainda mais no momento em que vivemos. Com todos esses escândalos aparecendo, pouca gente vai querer ouvir o que os políticos têm a dizer. As mensagens devem ser curtas e grossas”, pontua Schwarz.
Para saber como os moradores de Jaú pretendem escolher seus candidatos, a reportagem conversou com pessoas de diferentes perfis (leia textos).

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