Moradores demarcam terrenos e iniciam abertura de alicerce
Grupo de moradores do Distrito de Potunduva invadiu duas áreas pertencentes à Prefeitura de Jaú. Alegando que há demora na construção de moradias populares nos locais, as pessoas demarcaram lotes e iniciaram a abertura de alicerce.
As glebas situam-se no Jardim São José. Uma delas fica no cruzamento das Ruas São Manoel e Hipólito Antonio dos Santos, ao lado de unidades que foram erguidas para o desfavelamento da Cachoeirinha (leia texto). O outro terreno localiza-se atrás da Rua José Felício, no mesmo bairro, onde estavam barracões da antiga favela.
O pedreiro Edmundo Santana de Jesus, 35 anos, era um dos homens que abriam alicerce na área pública. Ele, que atualmente está desempregado, diz que paga R$ 500 de aluguel por mês e tem dificuldades em encontrar trabalho.
Também sem emprego, o pedreiro Mailson Santos Souza, 27 anos, reclama que o terreno tem apenas mato alto e serve de criadouro para cobras, escorpiões e outros animais. O calçadista Joebson Carlos da Silva, 27 anos, comenta que há dois meses não paga o aluguel porque está desempregado.
Na gleba onde antes havia construções improvisadas da Favela Cachoeirinha moradores demarcaram lotes e, para limpar o terreno, arrancaram plantas e queimaram parte da vegetação.
A secretária de Habitação de Jaú, Joana Aparecida Garcia Serra, ressalta que a invasão da área pública é ilegal. Por esse motivo, houve comunicação à pasta de Mobilidade Urbana para que equipe do Centro de Produção Municipal (Ceprom) utilize maquinário para impedir a construção de unidades provisórias.
Segundo Joana, nesse caso não há necessidade de acionar a Justiça porque não existem casas erguidas com moradores dentro. Tal situação demandaria ação de reintegração de posse. Até ontem a limpeza dos terrenos não havia sido feita pelo poder público.
Recursos
A Prefeitura pretende construir 45 casas no Jardim São José. Elas fazem parte do Programa Minha Casa Minha Vida, faixa 1, direcionadas a famílias com renda familiar mensal de R$ 1,8 mil.
A secretária de Habitação diz que o projeto foi aprovado pela Caixa Econômica Federal e que aguarda liberação de recursos do Ministério das Cidades para ser viabilizado.
A reportagem acionou o ministério em Brasília. A informação encaminhada às 19h de ontem é que a Caixa poderia se manifestar sobre o assunto. O jornal remeteu e-mail para a regional de Bauru do banco, no entanto, o horário de expediente da instituição financeira estava encerrado.
Em junho do ano passado, o Comércio publicou matéria relatando que a construção de casas no Distrito de Potunduva e mais 117 unidades no Jardim Padre Augusto Sani (também pelo Minha Casa Minha Vida) estava travada na fase de aprovação.
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