segunda-feira, 26 de setembro de 2016

GGN: O império do Grupo Globo em paraísos fiscais

Brasil


GGN: O império do Grupo Globo em paraísos fiscais


  
A publicação alemã dá sequência às investigações com base em Big Data mundo afora, e compartilhou o material recebido com o consórcio internacional, incluindo diários da Europa, América do Sul, Ásia e África.

Até o momento foram reveladas holdings e empresas envolvendo o presidente da Argentina, Maurício Macri, o secretário do interior do Reino Unido, Amber Rudd, o filho do ex-ditador Augusto Pinochet, Marco Antonio Pinochet, o filho do presidente da Nigéria, Sani Abacha, a ex-comissária da União Europeia Neelie Kroes, o ex-ministro do Exterior do Qatar, Sheikh Hamad, entre outros.

Histórico de dados restritos no Brasil
No Brasil, os jornalistas que integram a entidade que se tornou mundialmente conhecida após a revelação do SwissLeaks e Panamá Papers são Fernando Rodrigues, do Uol, Angelina Nunes, de O Globo, Marcelo Soares, da Folha de S. Paulo, e Claudio Tognolli.

Em fevereiro de 2015, o consórcio restringia a apenas Fernando Rodrigues como o único da imprensa brasileira a ter acesso às contas secretas do HSBC na Suíça, no Swiss Leaks. Á época, o GGN foi o primeiro a alertar para o risco da lista de mais de 100 mil correntistas ficarem sob o controle de um único jornalista, que poderia divulgar somente as informações que interessassem a ele ou ao jornal que representa, o Uol, do Grupo Folha.

A denúncia do GGN se espalhou em blogs e mídia alternativa, gerando uma grande pressão por parte da imprensa brasileira de outros repórteres para terem acesso aos dados. A iniciativa fez com que o ICIJ liberasse a grande base de dados também ao jornal O Globo. A partir daí, o resultado foram revelações de investigados na Lava Jato, ex-diretores do Metrô durante o contrato suspeito com a Alstom, investigados da Máfia do INSS, envolvidos no mensalão petista e tucano, como Paulo Roberto Grossi, entre outros, estavam na mira das contas suspeitas do Swiss Leaks.

Também a partir dessas novas publicações, o GGN conseguiu cruzar informações para revelar que além de o PSDB ter sido o maior beneficiado dos doadores para campanhas eleitorais com contas secretas no HSBC suíço, em 2010, o senador Aécio Neves foi também o candidato à presidência que mais recebeu.

Na sequência dos dados suíços, foi a vez do Panamá Papers ser divulgado pelo Consórcio em abril de 2016. Assim como no Bahamas, o alemão Süddeutsche Zeitung foi o primeiro a ter acesso ao Big Data, que ia além: trazia todas as contas, transações e contratos de offshores ligadas à panamenha Mossack Fonseca, conhecida por ser uma grande lavadora de dinheiro pelo mundo. No Brasil, desdobramentos deste dados, que já estavam ao acesso não só de Rodrigues, como também do Estadão e da emissora Rede TV!, revelaram ser clientes da Mossack políticos principalmente do PMDB, mas também do PSDB, PDT, PP, PDT, PSB, PTB e PSD.

Além disso, a TV Globo foi mencionada diversas vezes em investigação de lavagem de dinheiro do banco De Nederlandsche, com transações financeiras irregulares em paraísos fiscais, supostamente para pagar os direitos de transmissão da Copa Libertadores. Também foi arrolado nessa nova sequência de dados nomes como o ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, e outros investigados da Lava Jato.

Apesar de o Bahamas Leaks, como está sendo chamada essa mais recente e inédita base de dados, envolver diversos brasileiros, os jornais acima mencionados novamente não deram destaque a um dos milhões de dados que deve mais interessar ao Brasil. Assim como o fez nos primeiros meses de 2015, o GGN cumpre este papel.

Cabe destacar que apesar de expor contas secretas, empresas intermediárias e offshores, o Bahamas Leaks não traz e-mails ou contratos relacionados a essas empresas, e tampouco indica quem são os seus beneficiários finais. Também é necessário ressaltar que obter ou manter uma conta em paraíso fiscal não é crime. Por outro lado, as conexões dessas contas com outras empresas possivelmente laranjas, ou grandes transações com a remessa dos valores a esses paraísos podem motivar investigações sobre a existência de corrupção, evasão de divisas ou prática de lavagem de dinheiro.

Conexões da Globo com offshores no Panamá e Bahamas
A proposta da vez do ICIJ é publicar todos os nomes de pessoas e empresas envolvidas num banco de dados online, de livre acesso, onde é possível pesquisar por nomes, pela fonte de dados ou pelo país de jurisdição. Apenas relacionado ao Grupo Globo, o GGN encontrou algumas constatações. A primeira, o registro de que o grupo possui contas offshores não apenas no Panamá, como também em Bahamas.

Isso porque o Globo Overseas LTD foi registrado também no país caribenho, com a intermediação do escritório Ixaza, Gonzalez-Ruiz & Aleman. Incorporado em janeiro de 1999, os registros do Bahamas Leaks detectam que a companhia do grupo Globo foi desligada no dia 31 de agosto de 2002.




Para além dessas poucas informações que o ICIJ traz, verificamos que a data coincide com o período em que a empresa da Globo na Holanda, Globo Overseas, junto à TV Globo comprou da ISMM os direitos de transmissão da Copa de 2002 no Brasil, em oito parcelas, em junho de 1988. Também "coincidentemente", o último desses pagamentos venceria em 2002, anos em que a empresa foi desligada no paraíso fiscal de Bahamas.

O caso do repasse desses direitos da ISMM à Globo, envolvendo ainda a Empire Investment Group e a outra empresa criada pelo Grupo Globo para aquirir essa negociação, a GEE Ltda, traz as suspeitas de que as empresas foram criadas de fachada em paraísos fiscais para obter os direitos absolutos de transmissão daquela Copa, fugindo dos impostos, produzindo uma fraude fiscal que somava R$ 615 milhões à época, o que hoje representaria mais de R$ 1 bilhão.

Os documentos que comprovam essa fraude foram divulgados ainda em 2014, pelo blogueiro Miguel do Rosário. Na reportagem, é revelada a inclusão de 11 empresas com ligação direta ao Grupo Globo para obter aqueles direitos: Empire, GEE Eventos, Globinter, Globopar, Globo Overseas, Globo Radio, ISMM, Globosal, Porto Esperança, Power Company e a TV Globo - cada uma com jurisdição em um país, desde o próprio Brasil, até Holanda, Uruguai e os paraísos fiscais das Antilhas Holandesas, Ilhas Virgens, Ilhas Cayman.






Voltando ao caso específico de Bahamas, além da já comprovada existência de empresas de fachada do Grupo Globo para supostamente adquirir direitos de transmissão de jogos, a Globo Overseas aparece intermediada pelo escritório Icaza, Gonzalez, Ruiz & Aleman - o mesmo que nos Panamá Papers trouxe a conexão da Globo com a Mossack Fonseca.

Se nas offshores panamenhas, o escritório surgia como um dos fundadores da Chibcha Investment Corporation, que tem os irmãos Marinho como sócios, além de também ter criado a Blainville International Inc, controladora da famosa Agropecuária Veine, que aparece como uma das donas do helicóptero Augusta 109, que servia à família Marinho, o mesmo escritório tem relação com outras 1588 empresas em Bahamas.





Ainda, como já divulgado nos dados da Mossack, a Agropecuária Veine possui o consórcio Veine-Santa Amália, com a empresa Santa Amália, que tem o mesmo endereço que a Brasil SA Importação e Exportação, empresa supostamente usada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para enviar dinheiro à ex-amante Miriam Dutra.

Dentro da lista de milhares de offshores no Panamá divulgada pelo ICIJ, também surge a GEE Capital LTD., que possivelmente é um dos braços da GEE Ltda, criada no Brasil também para a obtenção dos direitos de transmissão da Copa de 2002. Apesar de a GEE Ltda ser brasileira, a GEE Ltda tem jurisdição panamenha e foi criada em janeiro de 2000, ano que também coincide com as negociações, sendo inativada em novembro do ano seguinte. A empresa brasileira também é fechada no mesmo período - o que permitiu a detenção exclusiva dos direitos à Rede Globo.

Ainda sem comprovação de que a GEE Capital LTD tem relação com a GEE Ltda, ela aparece registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, assim como a Empire, e com intermediação da Mossack Fonseca:





Por fim, na lista do Grupo Globo no Bahamas Leaks também verifica-se o nome do próprio José Roberto Marinho, surgindo como presidente, vice-presidente, tesoureiro e secretário da empresa New World Real State, que assim como outras oito mil empresas no país caribenho tem a intermediação da Trident Corporate Services (Bah) Ltda.



Curiosamente, entre essas milhares, a Trident Corporate também criou a Canary Global LTD, offshore que aparece como dono Paulo Daudt Marinho, filho de José Roberto Marinho:




Confira " target="_blank">algumas relações da Globo Overseas no sistema da ICIJ:


Fonte: Jornal GGN
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Vanessa quer explicações de ministro sobre uso eleitoral da Lava Jato

Brasil


Vanessa quer explicações de ministro sobre uso eleitoral da Lava Jato 


A senadora apresentou requerimento convocando o ministro para audiência na CCJ do SenadoA senadora apresentou requerimento convocando o ministro para audiência na CCJ do Senado
As explicações foram solicitadas pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que apresentou requerimento, convocando o ministro para explicar ao parlamento brasileiro as declarações dele, confirmadas, na manhã desta segunda-feira (26), com a realização da 35ª etapa da Operação Lava Jato, denominada “Omertà”, que resultou na prisão do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.

O ministro da Justiça de Michel Temer, o tucano Alexandre de Moraes, declarou, durante ato de campanha de um candidato do PSDB em Ribeirão Preto, São Paulo, neste domingo (25), em conversa com integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre), que haveria outra etapa da Lava Jato “esta semana”, apontando o fato como “motivo de comemoração” para os tucanos naquela cidade, reduto eleitoral de Palocci.

 
 

De Brasília
Márcia Xavier 

Batochio: Prisão de Palocci foi “no melhor estilo da ditadura militar”

Brasil

Batochio: Prisão de Palocci foi “no melhor estilo da ditadura militar”

Reprodução Brasil 247
  
"Não conheço a acusação porque ela é até o presente momento absolutamente secreta. No melhor estilo da ditadura militar. Você não sabe de nada, não sabe do que está sendo investigado. Um belo dia batem a sua porta e o levam", afirmou o advogado.

"Nós estamos voltando nos tempos do autoritarismo, da arbitrariedade. Qual é a necessidade de prender uma pessoa com domicílio certo, que é médico, que foi duas vezes ministro, que pode dar todas as informações quando for intimado. É por causa do espetáculo?", disparou Batochio.

Numa crítica a espetacularização das ações da Lava Jato, o advogado também repeliu o nome da operação, batizada de "Omertá" pela Policia Federal. Segundo ele, o termo é empregado pela máfia italiana para se referir à lei do silêncio e ao compromisso de não delatar os companheiros. "Causa uma certa indignação o nome dado a essa operação. Só porque ele tem nome de descendente italiano, como eu também tenho, além de ser absolutamente preconceituoso com os descendentes de italianos. Essa designação é perigosa", disse.


Fonte: Brasil 247

Paulo Pimenta: Uma cilada autoritária para privatizar a educação

Brasil

Paulo Pimenta: Uma cilada autoritária para privatizar a educação 

  
Uma proposta de transformação profunda na educação do país, sem dúvida, mereceria grandes debates, envolvimento da comunidade escolar e das universidades de todo país. Entretanto, o que se vê é mais um retrocesso em relação aos processos e às conquistas democráticas. Não se melhorar a qualidade da educação por meio de uma Medida Provisória, um instrumento que revela apenas o caráter profundamente autoritário dessa reforma. A formulação de políticas educacionais precisa avançar mediante aprofundamento do tema com a participação dos diversos segmentos sociais, de forma a contemplar a pluralidade e a diversidade de ideias.

Um dos pontos mais controversos dessa reforma diz respeito à organização curricular em áreas de conhecimento, com a primeira parte comum a todos os estudantes e a segunda específica segundo a escolha do/a estudante por uma das áreas de aprofundamento - linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica profissional. A retórica reformista é a flexibilização e o enxugamento de conteúdos de acordo com os percursos formativos. Porém, na prática esse modelo visa apenas à redução. O objetivo central da reforma está mais relacionado à lógica do mercado do que à expansão das fronteiras do pensamento.

Eis a cilada! Ao descartar grandes parcelas de estudantes do acesso pleno às diversas áreas do conhecimento, há uma condução para a formação técnica. A estruturação dessa oferta será feita por meio de contratos com organizações privadas de educação profissional. Os governos passam a comprar vagas nos cursos técnicos, reduzir quadro de profissionais da educação e abrir espaço para a atuação de empresa privadas. Certamente, essa reforma afetará as camadas sociais mais desprivilegiadas, que ficarão submetidas a um ensino meramente instrumental, modelo que se opõe e se impõe sobre uma concepção integrada do currículo escolar. Essa imposição compromete o princípio constitucional da igualdade de condições de acesso e permanência e de alcance dos níveis mais elevados de ensino.

Muitos educadores alertam para um retorno ao modelo da educação da Ditadura Militar quando o sistema educacional era organizado de forma paralela, para quem seguiria a formação técnica para o trabalho e para quem seguiria a formação clássica e científica. Outra grande cilada! Retorna-se à já superada ideia de que profissionais das áreas das ciências naturais e extas não precisam aprofundar conhecimentos de ciências humanas, por exemplo, ou vice versa. Esse modelo é mesmo que elimina da escola a liberdade de pensamento e concepções. É o modelo que, por meio de censura e repressão, impede a formação para a compreensão crítica da realidade social e para o exercício da cidadania.

A MP institui a jornada de tempo integral, mas expressa total distanciamento de toda a construção do país em torno do tema. A reforma não é perpassada por uma concepção de educação integral que fortalece as diversas dimensões do conhecimento e a vivência cidadã, por exemplo. Outro aspecto a ser criticado é a proposição isolada de organização curricular sem a articulação de medidas de assistência estudantil, o que constitui mais um fator de exclusão educacional. A expansão da carga horária e jornada integral refletem uma desvinculação com a realidade social, considerando que grande parte dos e das jovens entre 15 e 17 anos indicam a necessidade de estudar e trabalhar e que a MP não prevê bolsa de estudos para suprir tais necessidades.

Com essa reforma, o governo também possibilita que professores ministrem aulas fora de sua área específica de formação, a fim de suprir a falta de docentes em algumas áreas. A medida determina, ainda, que a Língua estrangeira obrigatória seja a Língua Inglesa. O Espanhol só poderá ser priorizado no caso de oferta de mais de uma língua estrangeira na instituição. Deixa de ser obrigatória a oferta dos componentes curriculares de artes, educação física, filosofia e sociologia.

Todas as mudanças correm alheias ao cotidiano das escolas, às discussões nas instituições formadoras e aos movimentos sociais representativos de diversos sujeitos e contextos sociais. Sem dúvida, essa política reformista é imposta pelo MEC por meio de MP porque sofreu quatro derrotas nas urnas. Ela não resultou de nenhuma deliberação das últimas conferências nacionais de educação e, portanto, não tem legitimidade. Trata-se de uma proposta ultraconservadora de avanço da gestão privatista na educação e que, ao longo dos últimos anos, já se introduzia por meio de projetos apresentados no âmbito estadual para assegurar parcerias entre o setor púbico e o privado. Sua forma autoritária é a expressão das práticas repressivas já usadas por governos reacionários contra os movimentos de ocupação de escolas e de greves de professores/as.

Sem o entrosamento com as reivindicações das diferentes juventudes e dos/as profissionais da educação, a reforma do ensino médio significará um golpe contra os processos democráticos de formulação das políticas educacionais e contra a busca por fazer da educação um instrumento de promoção da diversidade e da inclusão. 
 

*É jornalista e deputado federal pelo PT do Rio Grande do Sul

Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente a opinião do portal Vermelho

Planilha da Odebrecht tem 270 nomes, mas contra Palocci há convicção

Brasil

Planilha da Odebrecht tem 270 nomes, mas contra Palocci há convicção

Reprodução
  
"Há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o poder público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos", disse a Polícia Federal.

A prisão tem como fundamento uma planilha apreendida em março deste ano nos escritório da empreiteira com mais de 270 nomes, incluindo dos senadores tucanos Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP).

Apesar da planilha conter nomes de pessoas ligadas a 24 partidos, Moro escreveu em seu despacho para decretar a prisão de Palocci: "A planilha tem aparência de uma espécie de conta corrente informal do Grupo Odebrecht com agentes do Partido dos Trabalhadores".

Para sustentar a tese, o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná reuniu e-mails e anotações apreendidos em fases anteriores da Lava Jato que "indicam", isso mesmo "indicam que os acertos de pagamentos das contrapartidas eram tratados entre Antônio Palocci em reuniões presenciais – as quais foram, inclusive, realizadas por diversas vezes nos endereços residencial e profissional do ex-ministro - agendadas por intermédio de contato telefônico ou por e-mail com seu assessor".

Ou seja, o MPF acusa com base na suposição de que o tema da reunião foi a suposta propina. Novamente, não tem provas, mas tem convicções.

Como se não bastasse, a Lava Jato também diz que encontrou indícios do suposto envolvimento de Palocci na aquisição de um terreno, na Vila Clementino, que seria destinado a abrigar a nova sede do Instituto Lula.

"A partir das provas analisadas, há indicativos de que a aquisição do terreno inicialmente destinado ao Instituto Lula foi acertada com o ex-ministro, tendo sido o valor debitado das vantagens indevidas pactuadas", disse o MPF.

Como parte do espetáculo da Lava Jato, a prisão de Palocci foi anunciada antecipadamente pelo ministro da Justiça de Michel Temer, o tucano Alexandre de Moraes, que participava de ato da campanha para prefeito, neste domingo (25), de Duarte Nogueira, também do PSDB. Duarte é de Ribeirão Preto (SP), cidade de Palocci, e portanto, seu adversário político.

Disse Moraes durante o ato: “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem [a nova operação da Lava Jato contra petistas esta semana, vão se lembrar de mim“.

Como aponta o jornalista Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania, Duarte Nogueira foi secretário estadual de Logística e Transportes do governo Alckmin e deixou o cargo recentemente após ter sido citado na Operação Alba Branca, que investiga fraude na merenda escolar em São Paulo.

O jornalista destaca a ironia do fato de Duarte também figura entre os nomes da lista da Odebrecht que levou a prisão de Palocci. "Nogueira consta na planilha por ter recebido doações da Odebrechet nas eleições de 2010, 2012 e 2014, totalizando R$ 540 mil", afirma Eduardo Guimarães.



E conclui: "Curiosamente, os valores que a Odebrecht paga a petistas são vistos pela Lava Jato como indícios de corrupção e fazem Moro e cia. pedirem a prisão dos suspeitos antes de sequer serem julgados. Já no caso de políticos do PSDB ou do PMDB, é o contrário. Apesar das provas, sentem-se tão seguros de que não serão incomodados que chegam a debochar da lei".
 

Do Portal Vermelho, com informações de agências e Blog da Cidadania

Dirigentes de centrais repudiam uso político da Lava Jato

Brasil

Dirigentes de centrais repudiam uso político da Lava Jato

Adilson (colete branco), Juruna e Douglas (de boné) em ato na Paulista contra a reforma trabalhista e previdenciária de TemerAdilson (colete branco), Juruna e Douglas (de boné) em ato na Paulista contra a reforma trabalhista e previdenciária de Temer
A seletividade da Operação Lava Jato é apontada pelo presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo. Ele definiu a Lava Jato como “um projeto de desconstrução nacional”.

“A operação tem tomado medidas políticas. Age de forma parcial. Existe, de certa forma, um intuito de criminalizar a esquerda e os movimentos sociais”, afirmou o dirigente.

Douglas Izzo, presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), reforçou a declaração de Adilson. Segundo ele, a operação faz “vista grossa” quando se trata de denúncias contra os partidos considerados de direita.
 
“Não há pedidos de prisão, se faz uma espécie de vista grossa. Agora, quando é para outros partidos as ações são efetivas. Na minha opinião isso tem dois objetivos: desmobilizar a esquerda no Brasil, que luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e da democracia, e  influenciar no processo eleitoral”, argumentou.

Uso político

Neste domingo (25), em campanha em Ribeirão Preto (SP), o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, anunciou durante discurso que “teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”. As declarações do ministro foram publicadas pelo jornalO Estado de S.Paulo.
 
Moraes tentou minimizar as declarações mas o caso levantou questionamentos acerca da autonomia da Polícia Federal em relação ao governo de Michel Temer.
 
Imparcialidade

Para os dirigentes da Força Sindical João Carlos Gonçalves, o Juruna, e Miguel Torres, a população está exigindo punição para aqueles que tenham cometido crimes mas enfatizam que a lei precisa ser igual para todos.

“Não podemos ser contra [a Lava Jato]. Tem que punir quem deve mas tem que ser imparcial. A população está exigindo isso. Agora usar politicamente não podemos admitir.  Se está caminhando pra isso temos que exigir que todos tenham os mesmos direitos”, disse Miguel, que é vice-presidente da entidade.

Secretário-geral da Força, Juruna declarou que as centrais devem aumentar a mobilização em torno da defesa dos trabalhadores. “O que não significa que concordamos que o Judiciário ou qualquer outro sistema sirva de instrumento de perseguição política. Isso precisa ser repudiado veementemente”, ressaltou.

Acordo de leniência

Adilson Araújo lembrou os prejuízos provocados pela Lava Jato nos postos de trabalho no país, sobretudo na indústria naval. “A ação da Lava Jato não é só com as pessoas físicas mas com as pessoas jurídicas. Como fruto da Lava Jato não se conseguiu dar consequência aos acordos de leniência para que se retomasse a produção”, relembrou Adilson.
 
 O acordo de leniência funciona como uma espécie de delação premiada, voltada para pessoas jurídicas. A empresa admite que cometeu crimes, entrega outras firmas que participaram do cartel e devolve o dinheiro desviado aos cofres públicos. Em troca, pode continuar a funcionar, a obter empréstimos e ser contratada pelo poder público.

“Com a Lava Jato, a indústria da construção sofre, a indústria naval paralisou depois do boom que Lula permitiu com a construção de navios, estaleiros, da política de conteúdo local. Tudo isso está ruindo.  E de fato sinaliza que toda essa movimentação orquestrada pela Lava Jato termina sendo um esteio para a abertura do Estado para a operação de empresas de interesse privado e de capital estrangeiro”, observou Adilson.

Juruna completou dizendo que o acordo de leniência é uma lei que condena os diretores das empresas que tenham a culpa comprovada mas não prejudica as empresas. “Quando você prejudica as empresas elimina várias vagas de trabalho”, salientou.
 


Do Portal Vermelho

PT na Câmara acusa Lava Jato de ser “instrumento do golpe”

Brasil

PT na Câmara acusa Lava Jato de ser “instrumento do golpe” 

Integrantes da Lava Jato ignoram evidências robustas e não prosseguem investigações que levam a membros do governo Temer, buscando criminalizar sem provas o PT. Integrantes da Lava Jato ignoram evidências robustas e não prosseguem investigações que levam a membros do governo Temer, buscando criminalizar sem provas o PT. 
Leia a íntegra da nota:

A Bancada do PT na Câmara denuncia mais uma vez o caráter seletivo e eleitoral da Operação Lava-Jato. A prisão do ex-ministro Antônio Palocci comprova que integrantes da Lava Jato ignoram evidências robustas e não prosseguem investigações que levam a membros do governo Temer, buscando criminalizar sem provas o PT.

A operação de hoje contra Palocci foi antecipada em discurso eleitoral pelo ministro da Justiça Alexandre de Moraes, que é filiado ao PSDB. O anúncio foi feito por ele em Ribeirão Preto (SP), justamente o domicílio eleitoral de Palocci, durante comício do tucano Duarte Nogueira, configurando claramente o uso eleitoral da Polícia Federal.

É mais uma ação nitidamente eleitoral da Lava Jato, ocorrida a uma semana das eleições municipais. A prisão de Palocci ocorre num momento em que proliferam denúncias contra políticos do PMDB, do PSDB e de outros partidos da base de apoio ao governo golpista Temer. A Lava Jato cala-se e nada faz contra os políticos dessas agremiações.

A Lava Jato consolida-se como instrumento do golpe e contra a democracia, o PT e os movimentos sociais.

Brasília, 26 de setembro de 2016

Deputado Afonso Florence (PT-BA)
Líder da Bancada na Câmara
 

Em vídeo, Moraes é enfático: "Esta semana vai ter mais, podem ver"

Brasil

Em vídeo, Moraes é enfático: "Esta semana vai ter mais, podem ver"

Reprodução
  
Moraes disse, por meio de nota, que foi força de expressão destacando ainda que apenas disse que haverá ações da Lava Jato “em quase todas as semanas” e “certamente, continuariam nesta semana, na próxima e enquanto houver necessidade”, dando uma ideia de generalidade.

Mas não é o que o vídeo mostra. Cercado por correligionários, o ministro da Justiça diz em tom de comemoração que haveria outra etapa da Lava Jato “esta semana”. "Quando vocês virem esta semana [ações da Lava Jato] vão lembrar de mim", fez questão de completar.



Do Portal Vermelho