quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Serrano: Ao manter os direitos políticos, Senado reconhece golpe.

Brasil

Serrano: Ao manter os direitos políticos, Senado reconhece golpe


  
Para o jurista e professor de Direito Constitucional da PUC, Pedro Serrano, ao decidir não aplicar a pena assessória de oito anos de perda da elegibilidade, "o Senado reconhece, implicitamente, que sabia que estava praticando um golpe, uma medida de exceção quando aprovou o impeachment".

“Essa contradição é uma prova de que houve golpe e não decisão constitucional de impeachment”, afirma Serrano, em vídeo publicado pela revista CartaCapital.

Segundo o jurista, a decisão "significa, ao mesmo tempo, que não existe crime de responsabilidade".

*Acontece que para o impeachment, a Constituição exige a gravidade. A Constituição fala em atentado à Constituição, não fala em qualquer irregularidade", salientou. E completa: "Logo, os senadores reconheceram implicitamente que não houve motivo constitucional para o impeachment".

O professor emérito da USP, Dalmo Dallari, também afirma que a decisão dos senadores que permite que Dilma assuma cargos públicos, demonstra que não há crime de responsabilidade.

"Essa decisão do Senado mostra que a preocupação menor do Congresso Nacional foi com o Brasil, com a população. O processo foi encerrado e estamos até agora sem saber qual foi o crime cometido pela presidente Dilma. Negociaram um jeitinho na votação do impeachment, negociaram contra a Constituição. E por que motivo negociaram essa concessão e passaram por cima da Constituição? Porque até agora não demonstraram que Dilma cometeu crime de responsabilidade fiscal", disse Dallari, em entrevista ao Jornal do Brasil.

O PSDB e DEM ameaçavam recorrer a decisão junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas com o risco de inviabilizar o golpe já começaram a mudar de assunto.

“Se recorressem, estariam reconhecendo que a Dilma pode recorrer da decisão do impeachment. Ou seja, estariam questionando a ideia de que o Senado decide definitivamente, sem revisão judicial do mérito”, explica Serrano. “Ao fazerem isso, estariam abrindo a porta também para a presidenta fazer a mesma coisa”.



Do Portal Vermelho, com informações de agências

    Nenhum comentário: