Edison Ladeira propõe réplica de equipamentos turísticos do Rio; candidato diz que crise política é generalizada
O candidato a prefeito Edison Ladeira (PT), 65 anos, quer implementar em Jaú estrutura turística semelhante aos mais famosos pontos do Rio de Janeiro – e já conheceu até área para efetivar seu projeto. O terceiro concorrente entrevistado pelo Comércio defende a revisão dos prédios tombados, a revitalização de espaços esportivos e a transferência da rodoviária para a área da antiga Companhia Jauense Industrial. No dia em que Dilma Rousseff foi cassada pelo Senado, Ladeira opinou que a crise política afeta todos os partidos.
A entrevista original tem 40 minutos e vai ser disponibilizada na íntegra na próxima semana no Facebook do Comércio (www.facebook.com/comerciodojahu).
Comércio do Jahu – Você é o único entre os candidatos que nunca tentou cargo público. O que o motiva a concorrer neste momento?
Edison Ladeira – Sou nascido e criado na cidade, sempre tive paixão por Jaú, conheço quase todos os atalhos da nossa cidade. Estou em uma idade avançada, 65 anos, sou o mais velho de todos e tenho mais oportunidade e tempo disponível.
Comércio – Como pretende conduzir sua campanha considerando o cenário de rejeição ao PT?
Ladeira – O PT está com rejeição muito grande, mas não é só o PT. Todos os partidos têm problemas. O próprio (Michel) Temer teve três ministros destituídos, fraude em todos os lugares. Eu escolhi o PT porque eu fui convidado pelo PT. Os outros não vieram.
Comércio – O PT era o partido do prefeito até setembro do ano passado. Muitos membros da administração eram do PT. Sua candidatura é de oposição?
Ladeira – Minha candidatura é de oposição a todos que são concorrentes meus. Distingo todos como concorrentes na política. Eu quero ser o prefeito de Jaú.
Comércio – Quais seus projetos para o desenvolvimento econômico?
Ladeira – Eu vou frisar no calçado. Faltou um pouco de apoio. O 8º Distrito Industrial não virou nada. A minha intenção é fazer que esse distrito saia o mais rápido possível, dividindo os lotes em termos de emprego. Muitos que deixaram as fábricas agora têm condições de montar uma indústria. Na medida em que vai aumentando o volume de terra que eles adquirirem, vai aumentando o número de funcionários. Também precisamos começar o 9º distrito, entre Jaú e Potunduva.
Comércio – Você pensa em rever o Código Tributário?
Ladeira – Isso é primordial, porque quanto menos despesas, mais a empresa vai se organizar. Na parte de impostos, quando fizermos a doação de lotes, vamos dar um incentivo fiscal.
Comércio – Como diversificar nossas vocações econômicas?
Ladeira – Eu pretendo transformar Jaú em uma das maiores cidades turísticas do Estado. Estive vendo e analisando a pedreira, e lá é um local que dá para fazer uma réplica do que temos no Rio de Janeiro, com bondinho. Desapropriaríamos e terceirizaríamos para uma empresa que queira montar. Até 2020 eu consigo fazer isso.
Comércio – Jaú tem em torno de 450 prédios históricos tombados. Você acha que esse inventário precisa ser revisto?
Ladeira – Precisa porque os bens tombados têm metade do imposto e continuam abandonados. São coisas que precisaremos batalhar, porque tem muita coisa irregular nesse sentido.
Comércio – No plano de governo há a necessidade de Jaú ter uma Guarda Municipal. Como esse serviço funcionaria?
Ladeira – Eu teria de pegar uma pessoa do ramo que ajude na montagem dessa guarda. Hoje, principalmente as escolas, estão sendo muito prejudicadas por falta de segurança. Todas as escolas têm problemas de roubo, de briga.
Comércio – Qual sua proposta para o funcionalismo público?
Ladeira – O funcionário público merece todo o respeito. Você tem que tratar o funcionário bem, porque ele vai agradecer e confiar em você. Jamais eu serei contra um reajuste da inflação. É impossível um funcionário público trabalhar sem ter o direito da inflação.
Comércio – Como funcionaria o Jaú sem Miséria, também previsto no plano de governo?
Ladeira – É dar valor para esse pessoal que está abandonado, pedindo nas esquinas. A Prefeitura tem que arcar com a responsabilidade de tirar esse pessoal da rua.
Comércio – Qual o papel que as entidades teriam na sua administração?
Ladeira – Entidade é primordial. Os presidentes e os diretores são abnegados. Eles cuidam muito bem dessa parte, tem que continuar, a gente tem que ajudar.
Comércio – O que você acha que pode melhorar no transporte público?
Ladeira – A empresa trabalha bem, tem suas falhas, mas trabalha bem. Ninguém é contra quem está aí, ninguém é contra quem é de fora, mas tem que ter concorrência. Outro problema do transporte: hoje nós temos em Jaú a melhor rodoviária do Estado, que fica no prédio da antiga Companhia Jauense, onde foram feitas duas exposições e está lá abandonado. O maior crime que cometeram foi colocar aquela estrutura metálica atrás da rodoviária. Outro crime: estragaram o cemitério de Jaú, fazendo os sepultamentos nas ruas (do cemitério).
Comércio – Por falar em cemitério, é uma prioridade do seu governo finalizar o novo cemitério?
Ladeira – Eu vou analisar tudo que ocorreu naquilo lá. Tem muito boato e eu quero saber o que aconteceu.
Comércio – Você acredita que é possível disputar as eleições de igual pra igual?
Ladeira – Muitos dizem que eu sou o mais preparado. Por quê? Porque eu vou ter o tempo integral na Prefeitura.
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